Pois é gente, chegamos na época do ano onde todo mundo começa a fazer suas análises do ano anterior.
Como sabemos, 2016 não foi muito gentil com suas retrospectivas, mas elas continuam acontecendo, e pra piorar a situação vemos retrospectivas verdadeiramente inúteis e absurdas.
Vai desde os memes mais engraçados do ano, os maiores tombos de 2016 até as principais gafes… e por ai vai. A lista é enorme e muito variada.
Mas pro nosso negócio, onde a análise de dados do mercado de música é fundamental, vemos quase todos os veículos criarem suas listas de melhores do ano, os piores do universo, os maiores e obviamente os mais tocados.
Essas listas surgem de todos os lugares.
Dos maiores veículos especializados em músicas ao blog mais obscuro. E nós comparamos todas essas listas com os dados que captamos aqui na Playax.
Quase sempre acontece alguma divergência, e devido a nossa obsessão por dados reais, aprofundamos na metodologia utilizada por tal veículo para entender de onde veio essa lista e como foi criado o tal “ranking”.

Esse exercício de “Analisar a Análise dos outros” nos coloca em uma situação delicada. Vemos que a maioria das listas segue métricas ultrapassadas (que vou falar daqui a pouco), mas nós aqui na Playax ainda não temos os dados perfeitos ou a metodologia infalível pra contra-argumentar essas listas dos “maiores”.
Mas acreditamos que essa bola que estamos levantando ainda vai render muita discussão, e esperamos que seja produtiva e que nos apresente uma nova metodologia muito mais real e adequada ao tempos modernos.
Vamos a principal indagação.
Quanto vale um play?
Todos os rankings dos “maiores” levam em conta algumas métricas utilizadas há pelo menos 60 anos.
Isso mesmo, quando o Elvis estava no topo das paradas eles já usavam essas métricas.
1-) Quantas vezes o artista tocou nas rádios e,
2-) Quantos discos ele vendeu.
Fazendo uma análise rasa, a maioria das listas segue uma combinação dessas duas informações.
Claro que os grandes veículos de música já sabem que comparar alhos com bugalhos nem sempre leva a lugar algum e portanto estão tentando normalizar esses dados tão incongruentes. Que é também o que estamos batalhando por aqui.
Veja uma tabela levantada por nós com 3 diferentes rankings:
1- Ranking das músicas mais tocadas nas radios,
2- Ranking das músicas mais ouvidas nas radios, levando em conta um índice de audiência hipotético
3- Ranking das músicas mais ouvidas nas rádios, levando em conta o índice de audiência e o horário de execução.

Em primeiro lugar precisamos analisar TODAS as rádios utilizadas para classificar um artista como o mais ouvido. A maioria dos veículos trata um play em uma rádio de uma grande capital com o mesmo valor que o play em uma rádio no interior do Amazonas, uma das regiões menos populosas do Brasil.
Mas isso é quase impossível, certo?
Errado.
Nós aqui na Playax estamos queimando nossos neurônios para chegar a um índice que mostre a audiência real de cada play em rádio, levando em conta a localização da rádio (densidade demográfica dessa localidade), seu alcance (em quantos quilômetros essa radio pode ser ouvida), e o horário de execução da música (certamente uma música executada na madrugada tem menos ouvintes que ao meio-dia).
Queremos chegar a um índice ÚNICO no qual podemos calcular o valor de cada play em cada rádio do Brasil para cada artista para então compararmos com os streaming (que sabemos ser um ouvinte por play).
Além disso tudo temos também as redes sociais e o engajamento dos fãs.
Será que um artista que arrasta multidões nas redes sociais, que tem milhões de views no Youtube, mas uma presença irrisória nas rádios não deveria ser levado em conta? E os seguidores no twitter? São indicativos dos maiores? Para nós sim!
Mas o que é engajamento? Um like é um engajamento? Não! mas um compartilhamento ou um comentário sim… Mas qual vale mais? Não sabemos… ainda!

Veja aqui uma lista publicada no meio de 2015 pelo Diário de Pernambuco com os maiores artistas brasileiros no Twitter.
O universo dos dados no mercado da música pode ser considerado infinito (#sqn) e nós estamos tentando organizar tudo isso!
Fora essas infinitas possibilidades que as variáveis acima trazem temos que levar em conta mais um dado importante:
O que significa a venda de um disco se comparado com um download ou um ouvinte no app de streaming.
Há 20 anos atrás, quantas pessoas ouviam um disco comprado? E agora?
Quantos streamings equivalem a 1 disco vendido? Ou pior, quantos plays em uma determinada rádio equivalem a 1 disco vendido? E esse disco equivale a quantas pessoas no streaming?
Conseguem ver a complexidade dessas informações?
Nós também não temos claro todas as possibilidades, muito menos podemos indicar o caminho correto, mas espero em breve termos chegado a uma conclusão e uma metodologia que comprove que nosso índice é o mais próximo da realidade, e portando deve ser considerado na hora de criar as tão polêmicas “listas”.
Por enquanto podemos rir ou nos lamentar com as listas dos maiores e menores de 2016.
Mas saiba que estamos trabalhando nesse algoritmo de audiência para trazer a informação real para as listas que surgirão no começo de 2017.
Até breve,
Time Playax